domingo, 17 de fevereiro de 2008

Domingo em Cabo Verde...

9h15, toca o despertar matinal no télélé. A custo, como sempre, levanto-me :-(

Quero ir à Missa ás 11h30, por isso vou aproveitar o tempo que me sobra depois do pequeno almoço para fazer umas fotos. Tiro algumas no hotel e depois dirijo-me para o centro de Stª Maria.

Pouco depois de sair do hotel e enquanto vou fotografando as imediações do mesmo, há logo quem me pergunte donde venho, que língua falo, como me chamo, à quanto tempo cheguei e até quando vou ficar aqui, etc, etc.

É um dos muitos artistas que faz artesanato. Tem espaço alugado numa galeria com mais 6 artistas. Percebo rapidamente que o facto de lhe dizer que tenho pressa não vai adiantar nada. Resolve acompanhar-me até ao centro e fazer de guia.
Fala-me de Cabo Verde, informa-me a quem pertencem os edifícios por onde passamos e a que se destinam. O restaurante/bar sushi é de um português, a casa verde é a farmácia, o "Pirata" é uma discoteca, a loja ao nosso lado é dos chineses e assim sucessivamente.

Chegamos à porta da sua galeria. Insiste para que entre. Mostra-me a bancada onde expõe os objectos que esculpiu e explica-me o significado de algumas das peças.

Fico a saber que, por exemplo, as máscaras quando colocadas lado a lado, homem virado para a mulher, significa que está tudo bem com o casal. Quando a máscara masculina é colocada em plano mais elevado que a femenina significa que há uma supremacia do homem, e vice-versa. Quando as máscaras embora colocadas lado a lado estão de costas uma para a outra significa afastamento, discussão, não entendimento entre o casal.
A tartauga é o simbolo de Cabo Verde. A máscara redonda com metal incrustado e missangas é máscara de carnaval. A mulher que leva o recipiente da água à cabeça representa a primeira mulher que chegou à ilha do Sal e que foi a Espargos buscar água para todos, pois só aí existia água doce. Segundo a lenda, essa mulher chamava-se Maria e daí o nome desta povoação - Stª Maria.
E as explicações sudecer-se-íam se eu o não interrompesse e lhe recordasse que quero ir à Missa ás 11h30, na igreijinha católica que fica na rua que cruza com a da galeria. Insiste ainda para lhe comprar alguma coisa por bem pequena que seja pois amanhã é dia do primeiro aniversário de uma bébé e virá muita gente de fora para o festejar. Será pois necessário ter dinheiro para a festa. Compreendo a situação mas explico-lhe que não tenho intensões de comprar nada antes de quarta feira, o dia em que regresso para Portugal.

Entro na igreja quase cheia. Digo quase cheia pois quando a Missa começa fica super cheia. A porta principal e as duas laterais estão completamente tapadas de turistas e locais. As crianças mais pequenas (muitas são as que vi ontem à tarde na Missa) encontra-se sentadas à volta do altar, preparadas para começarem a cantar logo que a Irmã lhe dê indicação para isso. O restante coro está localizado do lado esquerdo da igreja.

Tantos estrangeiros! É bonito ver que apesar de estarem de férias não se esquecem de vir à Missa.

O Padre brasileiro dá início à celebração.
Canta-se com vontade, com simplicidade, há alegria no ar. Estou em casa!...

Ao meu lado está uma mãe e filho cabo verdianos. O pequenito, após me ter observado insistentemente durante a Missa a mexer na máquina, termina a celebração ainda mais feliz... é que lhe mostro as fotos que havia feito até ali e lhe tiro umas 2 ou 3 a ele e à Mãe. Vê que me basta virar a máquina, que tenho pousada nas pernas, para eles e já está. Fca encantado e chama a atenção da Mãe :-)
Entrego-lhe depois a máquina e explico-lhe como fazer para tirar as fotos. Foi tudo o que ele poderia desejar no momento. Começou a disparar em todas as direcções e até a ele próprio tirou fotos. Os seus olhinhos brlhavam de alegria. O final da missa estava próximo. Antes de saírem a Mãe agradeceu-me. Também eu agradeci à mãe e ao filhote mas julgo que nenhum dos dois terá percebido porquê...

13h10, chego ao Djadsal onde me encontro com a Prima Ana. Tinhamos combinado almoçar juntas mas uma vez que o tempo, ao contrario de ontem, estava tão convidativo a uma prainha, resolvi que almoçaria mais tarde no final do banho. Assim, faço-lhe apenas companhia durante o almoço e até ás 14h20, hora a que ela sairá do hotel com destino ao aeroporto. O seu voo para Lisboa está previsto para cerca das 16h50. Contou-me da noite mal dormida pois esteve com febre e indisposta. Talvez tenha sido do bolo com chantily que ontem comeu ao almoço.

Chegou a hora de dizer "boa viagem".

Voltei a ficar sózinha. Fui, conforme planeado, até à praia. A água estava um pouco "molhada" mas depois dos primeios mergulhos já se estava bem. O vento é que esteve sempre presente.

Pronto, já chega! Estou cheia de fome.
Almoço uma pizza Belorizonte (ananáz, polvo, queijo, cogumelos).
A seguir nada como descansar um pouco na minha caminha :-)

Ora, é desta que vou começar a ler o livro que a Sandra me ofereceu nos anos - "Nenhum Olhar".
Apesar de estar a gostar bastante do livro, acabo por adormecer. Mais tarde acordo ao som das mensagens no telemóvel, mas sinto-me incapaz de me levantar para ir jantar. Também a fome não é nehuma, a pizza era substancial :-)

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