sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Maratona: 14 horas a conversar...

Inicio: 18h15 do dia 29 de Fevereiro de 2008
Fim: 08h15 do dia 01 de Março de 2008
Local: Telheiras
Nº de participantes: 2
Identificação: Pepita e sua Prima de Cabo Verde
Requisito básico: Gostar de falar
Temas aceites: Todos
Observações: Jantar incluído

Nota final obtida: 20 valores
Comentários: A repetir no Feijó

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O meu Pai está optimo... yessssssssssssss!

Pois é, hoje o dia começou bem cedo.

8h40, Hospital Garcia de Orta... o meu Pai faz o último exame (ressonância magnética) para pesquisa do motivo da pancreatite aguda no Natal/2007.

O médico telefona-me ás 13h50 para me comunicar o resultado do exame médico: "Está tudo normal". Continua a não haver explicação para o que a doença que o meu Pai teve... Obrigada a Deus, obrigada Menino Jesus de Praga!!!...

Telefono de imediato aos meus pais a dar-lhes a boa notícia de que não há problema nenhum. Ficam felizes :-)

Comunico aos meus amigos a boa noticia.
A Celeste e Cândida telefonam ao Sr. Abílio para lhe dar os parabéns.
São mesmo amigas! Obrigada ás duas.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O voo Sal / Lisboa

Arrumo a bagagem e sento-me.

Ao meu lado, apenas o lugar à janela está ocupado.
Já percebi, aliás não é difícil de perceber, o rapazito é estrangeiro e quer conversa :-)

Passaporte americano... falar inglês? Nã, não me apetece. Vou ler as revistas já lidas do avião mais a que me foi distribuída pela hospedeira.

Pronto, agora quer café em vez de chá... e nem sequer tem uma chávena... tadinho, vou ter que o ajudar :-)

"I'm Cris, and you?" pronto, não me consigo safar mais. Bem argumento que o meu inglês é péssimo mas não considera que isso seja obstáculo para uma conversinha:-)

Trabalha para o governo americano, inicialmente em computadores, que depois não propriamente...
Chegou a noite passada ao Sal, em trabalho, mas está bastante vermelhinho do dia de praia...
Veio com um colega/amigo, mas o lugar entre nós os dois está vago e o colega/amigo vai a dormir duas ou três filas à frente e do lado esquerdo do avião...
Tem voo de Lisboa para Boston cinco horas depois, mas sai do aeroporto em Lisboa...

Acho que os americanos de 31 anos de idade são extremamente simpáticos mas demasiado bagalhativos... :-)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cabo Verde, até à próxima

Tá decidido, hoje não vou tomar o pequeno almoço.
Vou directamente para a praia, logo depois de pagar o tour que vou fazer à tarde.

O dia está explendido, pouco vento, sol bem quentinho, mar com pouca ondulação.

Uma vez que ontem resolvi fazer greve ao protector solar e estou a sofrer as consequências dessa irresponsabilidade, hoje tenho que usar e abusar dele :-(
Também se assim não for não consigo permanecer na praia.

Depois de uns banhinhos e de já ter repetido o creme solar, faço um passeio à beira mar. Encontro uma bancada com esculturas de pedra e um casal de turistas que aguarda que a sua tartauruga seja finalizada.

Um presépio! Fixe, tem a inscrição de "Cabo Verde 2008".
Perfeito, não podia ser melhor e como tal não posso deixar de o levar comigo :-)

Hummm... 15€? É mesmo o mínimo? Ok, compro mas tenho o dinheiro junto com a tolha de praia, no areal, perto do meu hotel. O Alexandre (assim se chama o escultor) acompanha-me.

Pelo caminho conta-me que é um ex-cozinheiro do Belorizonte, que actualmente é artesão de profissão e músico de hobbie.
O Alexandre vai buscar o almoço a Stª Maria para ele e para os colegas artesãos que ficaram na bancada da praia a trabalhar.

Pergunto-lhe como se faz a Cachupa... Será que vou conseguir cozinhá-la em casa?...

Mais uns banhinhos que o dia está óptimo!
Pronto, lá estou eu atrasada! Já não tenho tempo para almoçar :-(

"O meu telemóvel?" Está aqui comigo, respondo. Só to vendo logo á noite quando estiver quase a ir-me embora. Ainda preciso dele.
"Ok, mas o máximo que te posso dar são 70€ + uma recordação no valor de 20€". Hummm... primeiro eram 50€, agora já são 70€, penso eu. Nada mau, o negócio está a melhorar... mas eu prefiro que me dês os 20€ do que a recordação nesse valor, dá-me mais jeito, argumento!

Nunca mais me vêm buscar para fazer o tour de quatro horas à Ilha. ok, estamos em Cabo Verde - No Stress :-)

Uma carrinha da Cabo Verde Time... é esta!
"Boa tarde, sou o Pascoal".
Entro, sento-me e rapidamente me apercebo que dos outros 11 turistas apenas um é português, sendo os restantes italianos!

Saímos de Stº Maria, o Pascoal começa por me indicar o itenerário que vamos seguir e depois dá inicio à explicação histórica, cultural, económica e geografica da ilha do Sal, bem como do arquipelago de Cabo Verde.

PEDRA DE LUME - SALINAS

É a nossa primeira Paragem.
Situa-se na costa Leste da ilha, e ocupa o lugar de uma enorme cratera de um vulcão extinto cujas paredes porosas permitem a infiltração da água do mar.

As salinas (que deram o nome à ilha) têm tons de azul, rosa e verde, conforme o estado de formação do sal.

O acesso faz-se por um túnel artificial construído em 1804 pelo empresário Manuel António Martins, o principal responsável pela exploração comercial intensiva das salinas do Sal. O sal era exportado para o Brasil e para África (a Républica Democrática do Congo era o pricipal destinatário).

Actualmente, os turistas utilizam as suas águas para tratamentos de doenças de pele.
Podemos ainda ver as estruturas de madeira do antigo teleférico que fazia chegar o sal das salinas até Espargos.

ESPARGOS

É a vila principal da ilha do Sal.
Fica no interior da ilha mesmo ao lado do aeroporto internacional e todo o seu desenvolvimento se centra à volta disso.
Visando um porto de escala para voos para a América do sul, em 1939 surgiu na ilha plana, por iniciativa italiana, o aeroporto internacional.
Espargos concentra também todas as entidades e serviços da ilha do Sal.

BURACONA

Para chegar a Buracona, fazemos 6 km, para Norte, de Palmeira. O percurso é feito por terra batida, onde a nossa camioneta nos proporcionou uma alargada e gratuita massagem :-)

Buracona, é uma piscina natural encrostada na lava negra das rochas sobranceiras ao mar. Bem perto, situa-se uma outra piscina, desta vez subterrânea, que se alcança mergulhando através de um buraco no chão. Num determinado momento da manhã, segundo nos informou o Pascoal, entram uns raios de sol neste buraco e pode-se ver um azul lindissimo na cor da água.

Existe aqui um bar que exibe orgulhosamente a frase "A nossa Afirmação".

Podemos deste ponto da ilha ver os três montes: o das salinas, o da buracona e o grande (este é o mais elevado com 406 metros).

PALMEIRA

No regresso paramos em Palmeira e visitamos uma exposição de venda de artesanato.
O Nuno (único português, estudante de direito e que habita em Lisboa, próximo dos Broncos) é logo intitulado de Rambo e pouco depois considerado meu marido :-)

PONTA PRETA
A nossa última paragem.
Uma praia onde tiramos fotos ao inicio do pôr do sol.


Regressamos a Stª Maria. É o momento da despedida aos companheiros desta aventura :-(

18h15, lá está o Max à minha espera na passadeira da praia junto à entrada do hotel.
"Pensava que já não vinhas". Prometi-te que vinha, costumo cumprir com o que prometo, respondi-lhe logo em tom sério.
Conversando em português (estou demasiado cansada de tanta massagem que levei esta tarde para falar em francês) dirigimo-nos à lojinha onde o Max tem o seu trabalho exposto. Dá-me, verbalmente, o enderesso de e-mail e combino que no máximo na sexta feira lhe mando um olá de Portugal.

Ontem fiquei fascinada pelas "Maria que leva água".
Compro uma para o meu Pai visto que me havia pedido para lhe levar uma criola :-)
Depois, abro os cordões à bolsa, compro mais outra Maria e duas tartarugas, uma das quais faz comjunto com o hipopótamo que levei ontem :-)

Sempre simpático acompanha-me novamente ao hotel. Agradeço, pois não só podemos falar um pouco mais (e então eu que gosto imenso de palheta) como também tenho companhia a atravessar todo o descampado que separa o Centro até ao Belorizonte. Passa das 19h, já é de noite!

Chegou o momento que mais detesto: fazer a mala para regressar a casa :-(
Arrumo tudo, tomo um banhinho e vou jantar.

"O telemóvel?". Tenho-o aqui, respondo. Dás-me os 70+20 euros?
Depois de uma nova olhadela pelo telemóvel, convence-se a dar-me os 90€. É hora de apagar as últimas mensagens recebida e enviada ao Luís (nunca se esquece de me recordar que está na hora de regresar a casa), retirar o cartão, juntar o carregador e entregar o telemóvel :-(
Pronto, estou isolada no mundo, incontactável :-)

Passo pelo Salinas, ouço os últimos acordes cabo verdianos e dirijo-me à recepção.
23h30, hora combinada. Em vez do António, aparece uma outra guia. Veio substituir o António dado que o carro dele avariou. No entanto não deixou de me mandar cumprimentos e desejar uma boa viagem. Bem achei que ele era super-simpático!

Cerca de meia hora de caminho e estou a fazer o check-in. Terei agora que esperar até ás 2h da manhã para entrar no avião.
Aproveito para ver as lojas, mas não há nada de especial nelas e os preços são elevadisímos!

Sento-me na sala de embarque e escrevo num papel a continuação do rascunho das minhas férias em Cabo Verde :-)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sal... o descanso continua!

Lá começo eu o dia outra vez ás nove e pouco da magrugada!
Há que começar a tarefa, hoje com uma alteração. Depois do pequeno almoço tenho que descobrir um tour de 1/2 dia de visita à Ilha do Sal. Dado que na recepção do meu hotel não me conseguem ajudar, vou até ao Novorizonte, mas nada. Já que estou aqui, aproveito para ver a loja de artesanato onde ainda não entrei. Faço logo negócio e compro um pano de parede (talvez ainda o venha a utilizar na minha mesa de jardim). Em vez dos habituais 80€ que sempre me pedem por este tipo de artigo, aqui consigo-o por 50€. Não exito. Vou ao quarto buscar dinheiro e já cá canta :-)
Prometo voltar à tarde pois vai haver uma feirinha frente à piscina e os preços dos restantes artigos serão um pouco reduzidos.

Voltando ao assunto tour, não desisto. Lembro-me de ver uns folhetos no Djadsal. Bem... tá difícil. Também aqui me dizem que hoje já não há hipótese de marcações. Recomendam-me que vá à agencia "Cabo Verde Time" no Hotel Criola. E vou!
Hotel simpático e muito bem frequentado... hotel para turismo essencialmente vindo de itália...

Combinado, amanhã ás 13h50 à porta do Belorizonte. Lá estarei de máquina fotográfica ao ombro pronta a levar comigo o máximo possível desta ilha :-)

Agora sim, fico finalmente na praia! Dado o vento que se faz sentir, estão bastantes desportistas com papagaios e a fazer windsurf. Entretenho-me a apreciar a sua perícia.

Hoje almoço a horas decentes. Já basta de vento e areia. Tenho o livro repleto dela!
De barriguinha cheia, vou até ás espreguiçadeiras da piscina tropical.
Mais um bocadinho de leitura na minha caminha e são horas de ir ver a feirinha de artesanato e arranjar uns miminhos para levar aos amigos.
Mesmo com descontos, tudo é caro nesta terra! :-(

No Domingo disseram-me que hoje haveria Missa ás 19h. Vou até ao Centro.

"Sou o Max". De onde vens? Como te chamas? Portugal? Eu já estive em Setúbal a viver e a trabalhar. A sério? pergunto eu. Vivo perto de Almada!
E pronto, acabei de arranjar um amigo.
Claro que também é artesão, claro que também tem uma bancada alugada numa loja, claro que quer que eu vá até lá para conhecer e comprar as suas pequenas obras de arte.
É verdade, estes artesãos são mesmo artistas. O trabalho cabo verdiano (Sal) é trabalho limpo, bem fito, bem acabado.

Prometo voltar amanhã pois hoje só tenho comigo 500 escudos CV o que me permite apenas adquirir um pequeno hipopótamo de madeira. Segundo a lenda, estes bichinhos habitam na ilha de Stª Luzia. Ilha deserta e onde existe um lago junto ao mar que lhes serve de habitação :-)

Fico triste... a porta da igreja está fechada. Não me parece que haja Missa hoje. O Max confirma o que está escrito na parede à entrada da igreja. Missa, só Domingo e Quinta Feira.

Este benfiquista, simpático, acompanha-me até ao hotel e insiste que o diálogo seja em francês. É mais fácil para ele pois esteve muito tempo no Senegal.
Despedimo-nos até amanhã, cerca das 18h ali na passadeira à entrada do meu hotel. Palavra de Max e de Maria José :-)

Janto, entre outras coisas, uma bela cachupa! Os doces também são sempre muito bons. Provo normalmente pelo menos uns três diferentes. Rapidamente ficaria quadrada se continuasse aqui nesta bela vida e com estas iguarias :-)

Hoje é Noite Caboverdiana no Salinas. Mais uma vez dou uso alargado á Canon, não só antes do espectáculo tirando algumas fotos noturnas pelo hotel, como depois aos animadores que conseguem levar quase toda a gente para o palco a dar um pézinho de dança :-)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Cabo Verde..."no stress"

Vá lá, são 9h15, toca a levantar que tens o pequeno almoço pago e há que aproveitar. Apesar de ter hibernado desde ontem, custa-me sempre a levantar :-(

No final do pequeno almoço, agarro no livro e vou até à piscina onde me instalo numa espreguiçadeira. Mais tarde, sempre com o livro comigo, vou para a praia, depois almoço um hamburguer com queijo, mais um pouco de espreguiçadeira da piscina e finalmente um merecido descanso na minha caminha! Trabalho árduo o deste dia :-)

O livro já vai a mais de meio!

Hoje experimento o buffet do restaurante do Belorizonte mas não se compara com o do Novorizonte. Tá decidido, não volto a jantar neste. A variedade é menor, as bebidas não são à descrição e pagam-se os mesmos 17€.

Hoje é noite de "Grease" no Salinas. Levo a máquina fotográfica e registo tudinho :-)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Domingo em Cabo Verde...

9h15, toca o despertar matinal no télélé. A custo, como sempre, levanto-me :-(

Quero ir à Missa ás 11h30, por isso vou aproveitar o tempo que me sobra depois do pequeno almoço para fazer umas fotos. Tiro algumas no hotel e depois dirijo-me para o centro de Stª Maria.

Pouco depois de sair do hotel e enquanto vou fotografando as imediações do mesmo, há logo quem me pergunte donde venho, que língua falo, como me chamo, à quanto tempo cheguei e até quando vou ficar aqui, etc, etc.

É um dos muitos artistas que faz artesanato. Tem espaço alugado numa galeria com mais 6 artistas. Percebo rapidamente que o facto de lhe dizer que tenho pressa não vai adiantar nada. Resolve acompanhar-me até ao centro e fazer de guia.
Fala-me de Cabo Verde, informa-me a quem pertencem os edifícios por onde passamos e a que se destinam. O restaurante/bar sushi é de um português, a casa verde é a farmácia, o "Pirata" é uma discoteca, a loja ao nosso lado é dos chineses e assim sucessivamente.

Chegamos à porta da sua galeria. Insiste para que entre. Mostra-me a bancada onde expõe os objectos que esculpiu e explica-me o significado de algumas das peças.

Fico a saber que, por exemplo, as máscaras quando colocadas lado a lado, homem virado para a mulher, significa que está tudo bem com o casal. Quando a máscara masculina é colocada em plano mais elevado que a femenina significa que há uma supremacia do homem, e vice-versa. Quando as máscaras embora colocadas lado a lado estão de costas uma para a outra significa afastamento, discussão, não entendimento entre o casal.
A tartauga é o simbolo de Cabo Verde. A máscara redonda com metal incrustado e missangas é máscara de carnaval. A mulher que leva o recipiente da água à cabeça representa a primeira mulher que chegou à ilha do Sal e que foi a Espargos buscar água para todos, pois só aí existia água doce. Segundo a lenda, essa mulher chamava-se Maria e daí o nome desta povoação - Stª Maria.
E as explicações sudecer-se-íam se eu o não interrompesse e lhe recordasse que quero ir à Missa ás 11h30, na igreijinha católica que fica na rua que cruza com a da galeria. Insiste ainda para lhe comprar alguma coisa por bem pequena que seja pois amanhã é dia do primeiro aniversário de uma bébé e virá muita gente de fora para o festejar. Será pois necessário ter dinheiro para a festa. Compreendo a situação mas explico-lhe que não tenho intensões de comprar nada antes de quarta feira, o dia em que regresso para Portugal.

Entro na igreja quase cheia. Digo quase cheia pois quando a Missa começa fica super cheia. A porta principal e as duas laterais estão completamente tapadas de turistas e locais. As crianças mais pequenas (muitas são as que vi ontem à tarde na Missa) encontra-se sentadas à volta do altar, preparadas para começarem a cantar logo que a Irmã lhe dê indicação para isso. O restante coro está localizado do lado esquerdo da igreja.

Tantos estrangeiros! É bonito ver que apesar de estarem de férias não se esquecem de vir à Missa.

O Padre brasileiro dá início à celebração.
Canta-se com vontade, com simplicidade, há alegria no ar. Estou em casa!...

Ao meu lado está uma mãe e filho cabo verdianos. O pequenito, após me ter observado insistentemente durante a Missa a mexer na máquina, termina a celebração ainda mais feliz... é que lhe mostro as fotos que havia feito até ali e lhe tiro umas 2 ou 3 a ele e à Mãe. Vê que me basta virar a máquina, que tenho pousada nas pernas, para eles e já está. Fca encantado e chama a atenção da Mãe :-)
Entrego-lhe depois a máquina e explico-lhe como fazer para tirar as fotos. Foi tudo o que ele poderia desejar no momento. Começou a disparar em todas as direcções e até a ele próprio tirou fotos. Os seus olhinhos brlhavam de alegria. O final da missa estava próximo. Antes de saírem a Mãe agradeceu-me. Também eu agradeci à mãe e ao filhote mas julgo que nenhum dos dois terá percebido porquê...

13h10, chego ao Djadsal onde me encontro com a Prima Ana. Tinhamos combinado almoçar juntas mas uma vez que o tempo, ao contrario de ontem, estava tão convidativo a uma prainha, resolvi que almoçaria mais tarde no final do banho. Assim, faço-lhe apenas companhia durante o almoço e até ás 14h20, hora a que ela sairá do hotel com destino ao aeroporto. O seu voo para Lisboa está previsto para cerca das 16h50. Contou-me da noite mal dormida pois esteve com febre e indisposta. Talvez tenha sido do bolo com chantily que ontem comeu ao almoço.

Chegou a hora de dizer "boa viagem".

Voltei a ficar sózinha. Fui, conforme planeado, até à praia. A água estava um pouco "molhada" mas depois dos primeios mergulhos já se estava bem. O vento é que esteve sempre presente.

Pronto, já chega! Estou cheia de fome.
Almoço uma pizza Belorizonte (ananáz, polvo, queijo, cogumelos).
A seguir nada como descansar um pouco na minha caminha :-)

Ora, é desta que vou começar a ler o livro que a Sandra me ofereceu nos anos - "Nenhum Olhar".
Apesar de estar a gostar bastante do livro, acabo por adormecer. Mais tarde acordo ao som das mensagens no telemóvel, mas sinto-me incapaz de me levantar para ir jantar. Também a fome não é nehuma, a pizza era substancial :-)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

À descoberta de Stª. Maria... Sal

Céu nublado :-(

Pequeno almoço buffet (pão, ovos, salsichas, grão, feijão, panquecas, chocolate derretido, manteiga, doce de goiaba, fruta, sumo de goiaga... coisinhas leves eheheh).

Passo pelo quarto para ir buscar o meu inseparável "pullover azul do Amândio" (a minha Mãe não queria acreditar quando há dias lhe disse que ainda o tinha e que o ía trazer para Cabo Verde :-)) e vou passerar para a praia. Sim, quero ver como é a praia da Ilha do Sal.

Com pouca gente devido à ausencia de sol, tranquila, com as pequenas ondas de um mar que termina em azul turqueza e que se espalha pela areia um pouco manchada de escuro. Vou caminhando para a direita, em sentido oposto ao centro de Stª Maria.

À minha frente alguns turistas procedem da mesma forma. A brisa que se faz sentir alinmenta o cenário que tem como principais estrelas um casal de idade avançada que caminha lentamente sobre a areia húmida, com a ajuda das suas bengalas.
São as profundas marcas das bengalas que juntamente com as leves pegadas fazem um quadro digno de ser fotografado... Deixei a máquina no quarto :-(

Enquanto observo as pegadas à beira mar, deparo-me com um pássaro. Um pássaro de pernas muito finas, bico comprido e muito ágil. Fico parada a apreciar a sua perícia a bicar a areia e apanhando alguma comida que aos meus olhos é imperceptivel.
E vai e vem... conforme as ondas avançam e recuam sobre a areia.

Olho para trás e vejo uma senhora que também vem andando e apreciando o bailado gastronómico do passarinho.
Sorrimos, comentamos, apresentamo-nos e seguimos juntas à beira mar, falando, falando sem fazer uma pausa :-)

Já cansada de tanto andar (não estou habituada a andar a pé) sugeri sentarmo-nos num dos bancos existentes na passadeira de calçada que facilita o acesso aos diversos hóteis e termina no inicio do centro urbano.

Passamos pelo Belorizonte onde aproveitamos para fazer umas compritas (uma "Maria que leva água" (10€); um corno de vaca pintado (10€); um quadro pintado com areia da "mulher preparando cachupa" (2,5€).
Recebo uma mensagem no telemóvel e leio-a. O vendedor ao ver o meu finissimo telemóvel, recém adquirido em Portugal, fica encantado e quer fazer negócio comigo.
"Dou-te 50€ pelo telemóvel". Hummm, não sei se o venda, mas se to vender só será no último dia antes de ir embora, respondo.

Dado que a Ana Maria (assim se chama a minha nova Prima de Cabo Verde) está alojada em regime de tudo incluído no Hotel Djadsal, resolvo ir lá também almoçar.

Aproveito para depois de almoço ir ver a lojinha de artesanato deste hotel e compro uma bolsinha para o telemóvel feita de trapos com o simbolo de Cabo Verde, a tartaruga (8€). Não saio sem trazer também um pente esculpido em madeira de pau preto, com o formato de uma palhota no topo (5€).

Vamos dar uma volta ao centro de Stª Maria, uma vez que o tempo se mantém encoberto. Paramos em quase todas as lojas que encontramos, mas eu alego sempre aos vendedores e artistas que só farei compras no último dia :-)

Passamos junto à igreja da Paróquia de Nossa Srº das Dores. A porta está aberta e ouvem-se cânticos. Entramos. está a ser celebrada uma Missa para Crianças. O Padre, com sotaque brasileiro, é condescendente com a inquietude dos miudos. a Irmã que dirige o coro, bem disposta, tem sucesso na sua tarefa.

Resolvemos ficar até ao final da Missa, que estava agora no Envangelho. No final e antes de sairmos, a Ana comove-me com um beijinho e um desejo de paz.
Saímos e continuamos a percorrer as ruas, entrando nas lojas que encontramos. Há verdeiras obras de artes! Os acabamentos das peças de artesanato são de grande perfeição.

No supermercado onde acabo por comprar uma garrafa de água portuguesa, estava a sua proprietária que tinha chegado em Dezembro vinda de Lisboa. Morava em Telheiras.

Mais à frente estava um grupo de ingleses num bar/pub a torcerem, de canecas de cerveja na mão, pelo Arsenal que ganhava largamente ao Manchester :-)

À noite, por volta das 21h15 encontrei-me com a minha Prima no Novorizonte (onde jantei um belo repasto composto entre outros pratos, de arroz de marisco, pasta, bolinhos e doces) e fomos ouvir música ao vivo no Restaurante Salinas do Belorizonte.

O cantor variava entre a música cabo verdiana (ex: Cesária Evora), brasileira (ex: "Morango Nordeste"), francesa, e outras internacionais (ex: "beja-me mucho").
Os animadores, tentaram convencer o público a participar num pézinho de dança (alguns não precisavam sequer de ser convencidos nem convidados eheheh).

Seguiram-se longos e interessantes jogos disputados entre animadores e público, e outros conjuntamente.
Foi uma noite espectacular. Há tanto tempo que não me ria assim, com vontade, com alegria, alheia a qualquer problema da vida.

Como preciso de momentos destes!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Cabo Verde...Sal

O táxi pára junto à entrada das Partidas do aeroporto da Portela. São cerca de 20h15. Estou a cumprir o horário planeado.

Pago ao taxista, agarro no meu fiel saco vermelho das viagens, na bolsa verde da máquina fotográfica e no saquito dos acessórios da mesma (já acusando as milhas imensas percorridas, pelo menos entre Lisboa / S. Miguel / Marrakech / Veneza /Praga).

Faço o check-in, solicitando como sempre um lagar de corredor, passo o controlo de passageiros e bagagem de mão.
Em frente ao free-shop e junto ao multibanco (onde normalmente carrego o(s) cartões de telemóvel) encontro a Ângela G. que vai passar o fim de semana a Barcelona.

É desta que vou substituir o saquito dos acessórios da máquina fotográfica por uma bolsinha vermelha que faz conjunto com o saco de viagem (para falar verdade, faço isto porque há muito que queria o macaquito que lá vem pendurado. Também o saco trazia um mas que perdi e que foi substuituido por um "chameau" que comprei em 2005 no aeroporto da minha cidade adoptiva).

Mas onde está o meu barzinho onde sempre como uma sandes de presunto e bebo uma coca-cola? Hum... está tudo em obras:-( Só me resta o Harrods e um outro. Pronto, rendo-me à evidência dos factos e degusto o meu munu de viagem no Harrods.

Começam a chamar para o voo com destino a Luanda - Porta 20... Eu vou para o Sal - Porta 19... Fico inquieta e penso: Será que vai ser sempre assim? Será que vou passar a vida sempre ao lado do caminho que julgo ser o meu?

Não consigo comer mais. Guardo a outra metade da sandes de presunto para quando chegar ao hotel. De certeza que há hora que lá chegar vou ter mais fome que agora.

Passo o controlo de passaportes, a porta 19 fica do meu lado esquerdo e a 20 do lado direito...páro, olho, desejava tanto seguir nesse voo... Quando chegará a minha vez? Sim, esse dia há-de chegar e vai ser em breve. Aliás, tem que chegar! São demasiados anos à espera.
Não consigo esquecer o dia em que parti e a tristeza sentida quando vi que não havia modo de se alterar a "sentença" que teria de embarcar no voo para a Metropole. Essa Metropole onde nunca gostei de vir, nem sequer de férias!
Deixa lá, há-de ser por pouco tempo, logo logo volto... já lá vão mais de 33 anos!! A idade em que Ele voltou para donde tinha vindo, para o Seu lugar certo. Também eu quero voltar para o meu lugar certo, para o continente onde nasci e do qual na realidade nunca me afastei.
É vou, vou para Cabo Verde... quem sabe seja o inicio de novos tempos?...

Falo com a minha Mãe, depois com o meu Pai. Estou no autocarro, já na pista, que me levará ao avião e que por sua vez me levará para o meu continente. Como gostava que eles pudessem vir comigo!!!...

Tenho ainda tempo para mandar uns sms ao Rui, à Candida e à Celeste. Estas duas acabam por me ligar quando já estou ao fundo das escadas do avião "Humberto Delgado".
O Luís, esse está a jantar bem acompanhado... no Hard Rock Café :-)

Subo as escadas, dirijo-me ao 17C, arrumo a bagagem de mão e instalo-me. Mas instalo-me tão tranquilamente como se estivesse a sentar-me em casa.
O avião começa a sua viagem rumo ao Sal(umas lágrimas de preocupação descem-me teimosamente pela face, continuo traumatizada...). Serão 4h e 20m de voo, anuncia o comandante. Há vento forte pela frente e apesar de sairmos à hora prevista (22h) chegaremos apenas à 1h20 ao destino.

Continuo tranquila e é desta forma que aterro no aeroporto Amilcar Cabral.
É necessário ter paciência e esperar calmamente no controlo de passaportes... não faz mal, estou finalmente de FERIAS!

"Chamo-me António". Muito prazer, respondo. "São duas pessoas, não é verdade?" Não, sou apenas eu :-) "Mas tenho indicação que seriam duas pessoas" Foi mais uma confusão da Tap Tours...

Um multibanco! Vou aproveitar e ficar já com uns quantos Escudos de Cabo Verde.

Entro na carrinha do António e onde está também o seu filhote que gosta de acompanhar o Pai sempre que o deixam. Segue ainda um outro amigo e colaborador do António.

Enquanto conduz rumo a Santa Maria, vai recordando tempos em que viveu em Lisboa, ma. Por volta do 25 Abril de 1974 resoveu regressar para Cabo Verde uma vez que a isso o aconselharam insistentemente alguma pessoas.
Trabalhava num Hotel a que chamou Metropole mas que pela localização julgo ser o Mundial. Localizava-se na Baixa perto do Martim Moniz e da praça ao lado da Praça D. Pedro V, dizia-me ele. Carregava as malas dos hópedes quando chegavam à Capital Portuguesa.
Recorda com saudade a "minha rua" de leição, a Avenida da Liberdade e também o Marquês de Pombal. Recorda os barcos pequenos que faziam a ligação das duas margens do rio (e continuam a faze-la, informo-o, os cacilheiros). Fala-me da Ponte que existia no rio e digo-lhe que agora já há uma outra que se chama Vasco da Gama. Confirmo-lhe que agora Lisboa está bastante diferente de quando a deixou. Até mesmo a "sua rua" e o Marquês de Pombal. O filhote está entusiasmadissimo a ouvir a nossa conversa e a verificar que o seu Pai ainda se recorda de muitos locais e que esses mesmos locais ainda hoje existem.

Chegamos ao Hotel Oásis Belorizonte.
Despeço-me do filhote com um aperto de mão e do amigo do António com um "salut marrocain"... Fico com o contacto telefónico do António que me acompanha à recepção.
Apenas quando se certifica de que está tudo bem com a minha reserva, se despede até ás 23h30 da próxima quinta-feira.

O empregado que me acompanha até ao bungalow vai-me explicando que a piscina à saída da recepção é de água doce enquanto que a outra mais perto dos meus aposentos é de água salgada. Comenta ainda que o hotel está cheio e que na sua maioria são turistas nórdicos. Portugueses vêm sobretudo nos meses de Julho e Agosto.

Quarto simples, espaçoso, simpático, limpo, com tudo o que poderei necessitar (tv, mini-bar, ar condicionado, secador de cabelo, wc com duche). Instalo-me. Tá-se bem!

Passa das 3h da manhã... a metade da sandes de presunto do Harrods... hummm... deito-me com o estômago aconchegadinho :-)

Boa noite!