quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Cabo Verde, até à próxima

Tá decidido, hoje não vou tomar o pequeno almoço.
Vou directamente para a praia, logo depois de pagar o tour que vou fazer à tarde.

O dia está explendido, pouco vento, sol bem quentinho, mar com pouca ondulação.

Uma vez que ontem resolvi fazer greve ao protector solar e estou a sofrer as consequências dessa irresponsabilidade, hoje tenho que usar e abusar dele :-(
Também se assim não for não consigo permanecer na praia.

Depois de uns banhinhos e de já ter repetido o creme solar, faço um passeio à beira mar. Encontro uma bancada com esculturas de pedra e um casal de turistas que aguarda que a sua tartauruga seja finalizada.

Um presépio! Fixe, tem a inscrição de "Cabo Verde 2008".
Perfeito, não podia ser melhor e como tal não posso deixar de o levar comigo :-)

Hummm... 15€? É mesmo o mínimo? Ok, compro mas tenho o dinheiro junto com a tolha de praia, no areal, perto do meu hotel. O Alexandre (assim se chama o escultor) acompanha-me.

Pelo caminho conta-me que é um ex-cozinheiro do Belorizonte, que actualmente é artesão de profissão e músico de hobbie.
O Alexandre vai buscar o almoço a Stª Maria para ele e para os colegas artesãos que ficaram na bancada da praia a trabalhar.

Pergunto-lhe como se faz a Cachupa... Será que vou conseguir cozinhá-la em casa?...

Mais uns banhinhos que o dia está óptimo!
Pronto, lá estou eu atrasada! Já não tenho tempo para almoçar :-(

"O meu telemóvel?" Está aqui comigo, respondo. Só to vendo logo á noite quando estiver quase a ir-me embora. Ainda preciso dele.
"Ok, mas o máximo que te posso dar são 70€ + uma recordação no valor de 20€". Hummm... primeiro eram 50€, agora já são 70€, penso eu. Nada mau, o negócio está a melhorar... mas eu prefiro que me dês os 20€ do que a recordação nesse valor, dá-me mais jeito, argumento!

Nunca mais me vêm buscar para fazer o tour de quatro horas à Ilha. ok, estamos em Cabo Verde - No Stress :-)

Uma carrinha da Cabo Verde Time... é esta!
"Boa tarde, sou o Pascoal".
Entro, sento-me e rapidamente me apercebo que dos outros 11 turistas apenas um é português, sendo os restantes italianos!

Saímos de Stº Maria, o Pascoal começa por me indicar o itenerário que vamos seguir e depois dá inicio à explicação histórica, cultural, económica e geografica da ilha do Sal, bem como do arquipelago de Cabo Verde.

PEDRA DE LUME - SALINAS

É a nossa primeira Paragem.
Situa-se na costa Leste da ilha, e ocupa o lugar de uma enorme cratera de um vulcão extinto cujas paredes porosas permitem a infiltração da água do mar.

As salinas (que deram o nome à ilha) têm tons de azul, rosa e verde, conforme o estado de formação do sal.

O acesso faz-se por um túnel artificial construído em 1804 pelo empresário Manuel António Martins, o principal responsável pela exploração comercial intensiva das salinas do Sal. O sal era exportado para o Brasil e para África (a Républica Democrática do Congo era o pricipal destinatário).

Actualmente, os turistas utilizam as suas águas para tratamentos de doenças de pele.
Podemos ainda ver as estruturas de madeira do antigo teleférico que fazia chegar o sal das salinas até Espargos.

ESPARGOS

É a vila principal da ilha do Sal.
Fica no interior da ilha mesmo ao lado do aeroporto internacional e todo o seu desenvolvimento se centra à volta disso.
Visando um porto de escala para voos para a América do sul, em 1939 surgiu na ilha plana, por iniciativa italiana, o aeroporto internacional.
Espargos concentra também todas as entidades e serviços da ilha do Sal.

BURACONA

Para chegar a Buracona, fazemos 6 km, para Norte, de Palmeira. O percurso é feito por terra batida, onde a nossa camioneta nos proporcionou uma alargada e gratuita massagem :-)

Buracona, é uma piscina natural encrostada na lava negra das rochas sobranceiras ao mar. Bem perto, situa-se uma outra piscina, desta vez subterrânea, que se alcança mergulhando através de um buraco no chão. Num determinado momento da manhã, segundo nos informou o Pascoal, entram uns raios de sol neste buraco e pode-se ver um azul lindissimo na cor da água.

Existe aqui um bar que exibe orgulhosamente a frase "A nossa Afirmação".

Podemos deste ponto da ilha ver os três montes: o das salinas, o da buracona e o grande (este é o mais elevado com 406 metros).

PALMEIRA

No regresso paramos em Palmeira e visitamos uma exposição de venda de artesanato.
O Nuno (único português, estudante de direito e que habita em Lisboa, próximo dos Broncos) é logo intitulado de Rambo e pouco depois considerado meu marido :-)

PONTA PRETA
A nossa última paragem.
Uma praia onde tiramos fotos ao inicio do pôr do sol.


Regressamos a Stª Maria. É o momento da despedida aos companheiros desta aventura :-(

18h15, lá está o Max à minha espera na passadeira da praia junto à entrada do hotel.
"Pensava que já não vinhas". Prometi-te que vinha, costumo cumprir com o que prometo, respondi-lhe logo em tom sério.
Conversando em português (estou demasiado cansada de tanta massagem que levei esta tarde para falar em francês) dirigimo-nos à lojinha onde o Max tem o seu trabalho exposto. Dá-me, verbalmente, o enderesso de e-mail e combino que no máximo na sexta feira lhe mando um olá de Portugal.

Ontem fiquei fascinada pelas "Maria que leva água".
Compro uma para o meu Pai visto que me havia pedido para lhe levar uma criola :-)
Depois, abro os cordões à bolsa, compro mais outra Maria e duas tartarugas, uma das quais faz comjunto com o hipopótamo que levei ontem :-)

Sempre simpático acompanha-me novamente ao hotel. Agradeço, pois não só podemos falar um pouco mais (e então eu que gosto imenso de palheta) como também tenho companhia a atravessar todo o descampado que separa o Centro até ao Belorizonte. Passa das 19h, já é de noite!

Chegou o momento que mais detesto: fazer a mala para regressar a casa :-(
Arrumo tudo, tomo um banhinho e vou jantar.

"O telemóvel?". Tenho-o aqui, respondo. Dás-me os 70+20 euros?
Depois de uma nova olhadela pelo telemóvel, convence-se a dar-me os 90€. É hora de apagar as últimas mensagens recebida e enviada ao Luís (nunca se esquece de me recordar que está na hora de regresar a casa), retirar o cartão, juntar o carregador e entregar o telemóvel :-(
Pronto, estou isolada no mundo, incontactável :-)

Passo pelo Salinas, ouço os últimos acordes cabo verdianos e dirijo-me à recepção.
23h30, hora combinada. Em vez do António, aparece uma outra guia. Veio substituir o António dado que o carro dele avariou. No entanto não deixou de me mandar cumprimentos e desejar uma boa viagem. Bem achei que ele era super-simpático!

Cerca de meia hora de caminho e estou a fazer o check-in. Terei agora que esperar até ás 2h da manhã para entrar no avião.
Aproveito para ver as lojas, mas não há nada de especial nelas e os preços são elevadisímos!

Sento-me na sala de embarque e escrevo num papel a continuação do rascunho das minhas férias em Cabo Verde :-)

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